Come se vive a come se dovrebbe vivere.
Não poderia estar realizando uma leitura mais apropriada para este momento. Porque como se vive é muito diferente do que como se deveria viver de fato. Compreendo agora porque o estereótipo "maquiavélico". De maquiavélico ele não tem nada. Como comentou Pierre Manent, "Maquiavel seria o artífice da moralização da necessidade". O babaca neste livro para mim é Napoleão Bonaparte que, no bom popular, "se acha" ao comentar os conselhos de Maquiavel.
Descobrindo aos pouco que o mundo não é plano, deixo aqui alguns trechos da leitura. Ainda estou por terminar, mas uma coisa é certa: é impressionante como ao ver Maquiavel dar conselhos aos príncipes acredito que ele mais alertava o povo.
"(...) quem não prepara os alicerces do poder antes de alcança-lo com valor pode fazê-lo depois, embora isso represente um grande esforço para o arquiteto, e perigo para o edifício."
"(...) não pode haver boas leis onde não há bons soldados, devendo haver boas leis quando os soldados são bons (...)"
"De fato, o modo como vivemos é tão diferente daquele como deveríamos viver, que quem despreza o que se faz e se atém ao que deveria ser feito, aprenderá a maneira de se arruinar, e não a defender-se. Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo que faz está fadado a sofrer, entre tantos que não são bons."
"Estará perdido o príncipe que tiver confiado inteiramente nas suas palavras, sem tomar outras cautelas, porque a amizade conquistada pelo dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de espírito, não é segura - não se pode contar com ela. Os homens tem menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha."
Leitura super recomendada. Abstraindo as leis de Murphy que me regeram esta semana.