Confira os aprovados para a 4ª fase:www.centrodeinovacao.org.br
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25 dezembro 2006

O que é Natal?






Maiores informações sobre Papai Noel (que trouxe presente com defeito este ano que precisou ser trocado!), favor consultar o blogger do pequeno Henrique! he he he he

22 dezembro 2006

Aeroporto, Maceió e Muriçocas...

Mais de 05 horas de espera para voar. Indo a passeio, para casa de parentes, a gente até tolera. Mas indo a passeio com hotel reservado, passeios pagos e se atrasar, ou indo a trabalho, esta espera não deve ser das mais bem humoradas. Para mim já não foi. E pra completar, ninguém merece 15 minutos que sejam de vôo num Fokker 100.

Mas cheguei à Maceió. Família é tudo que precisamos em certos momentos.

A noite, já em casa, senti meu corpo levitar. Flutuava em direção à janela do quarto. Muriçocas mutantes. As muriçocas de Maceió são oriundas da era jurássica. Perfeitos espécimes para a paleotontologia. (Risos). São muitas, milhares, picam, coça, arde.

Hoje eu descobri que meu maior aliado na vida é o repelente.



A prova da existência das feras: uma pequena parte do teto do banheiro DE DIA!

19 dezembro 2006

Observai os pássaros do céu

6. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; - acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; - porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.

Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?

Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? - e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura?

Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; - entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. - Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé!

Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? - como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidades delas.

Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. - Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34.)


7. Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguinte-mente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los. (Cap. XIV, nº 6; cap. XXV, nº 2.) Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da dificuldade. (Cap. XXVII, nº 8.) Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro. (Cap. V, nº 4.)

8. A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos. Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: "Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos." Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nº 7 e seguintes.) A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se urna e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.

O Evangelho Segundo o Espiritismo/Cap XXV - BUSCAI E ACHAREIS

17 dezembro 2006

Um brinde aos noivos!

Ontem fui ao casamento de um dos meus melhores amigos. Cajahyba é um daqueles amigos que não precisam estar presentes. Não precisamos estar colados, fazer farra juntos e nos ligar todos os dias. Ele é um amigo que sei que posso contar. Como diria Vinícius de Moraes, Tiago é um daqueles amigos "que não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar." E gosto muito do meu "miguinho" e fiquei muito feliz com a felicidade dele ao olhar contemplativo para Roberta. Permito-me este pleonasmo.

Roberta é especial pelo simples, mas importante fato, de amar Tiago. Não somos íntimas mas sua simplicidade é encantadora. Parabenizo-lhe novamente, apesar de já ter dito ontem pessoalmente, pela linda festa que fez para seu casamento. Tudo muito bonito, muito organizado e de muito bom gosto inerente ao casal.

E deixo no meu blogger um presente para os noivos agora recém-casados. Recomendo sempre este texto para quem casa, quem junta, quem separa, quem volta. E acredito que a história deles permite este texto. Muito boa sorte nesta nova caminhada, muito amor e agora me dêem licença pois em definitivo não sei quantas taças de champanha tomei ontem. O garçon não me permitiu que as esvaziasse para poder contar! Preciso me reestabelecer fisicamente! (risos) Boa leitura!



Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.

O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta.

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.

É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.

Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta. Não pode haver competição.

Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.

Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.

Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ser um bom psicólogo. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimónio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.

Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não é dois.

É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

(Desconheço o autor)

16 dezembro 2006

Meu Jardim

Vander Lee
Composição: Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

15 dezembro 2006

A Paz

Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.

Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.

O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.

O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.

O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.

Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.

Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:

- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?

E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:

- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?

E os pintores sem entender responderam: sim, mas...

Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:

- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos. Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender. Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade. Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência. A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranqüilo e nossa consciência arder em chamas. A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós. É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção. Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas à dentro da sua intimidade.

Um dia, a paz vestiu-se de homem e conviveu com a humanidade sofredora e aflita. Conservava-se em paz mesmo diante das situações mais turbulentas e assustadoras. Agredido, manteve-se sereno. Caluniado, exemplificou tranqüilidade. Diante da tempestade no mar, pediu calma. Pregado na cruz, permaneceu em paz. Todavia, antes de partir teve ensejo de dizer: "A minha paz vos deixo, como exemplo. A minha paz vos dou, como modelo a ser copiado."



Equipe de redação do site www.momento.com.br, baseada em história recebida pela Internet, intitulada "A Paz", sem menção ao autor.

14 dezembro 2006

Envelhecimento Saudável

Este semestre aprendi o que é envelhecer saudavelmente. E é prazeroso ver as pessoas envelhecendo lindamente. Lindas dançando bolero. Sorridentes com suas obras de arte pintadas em telas. Contentes por conseguir vencer a era digital ao enviar um cartão de natal feito por elas mesmas para seus parentes distantes pela Internet. Felizes pelas suas pastas de lembranças contruídas nas oficinas de memória. Fazendo todos sorrirem e aplaudirem as histórias contadas (e escritas!) por eles. Um lindo envelhecer. E estas pessoas também temn problemas. Maiores do que os problemas que eu supunha ter. Problemas causados pelo tempo, pela saúde, pelas experiências vividas, pelos moldes de criação. Tantos problemas que nem sequer sonhamos em ter. Mas que fatalmente teremos quando começarmos a envelhecer.

E acredito que este semestre, apesar de ser a professora de "Informática Para a Vida" onde estes velhinhos saudáveis me alegravam as quartas-feiras, eles foram os meus grandes mestres. Só participando para saber.

Sendo assim, aproveito o ensejo do meu próprio aprendizado, para divulgar um informação muito bacana sobre este projeto que estou participando. Quem não tem um idoso(a) em casa ou não conhece algum? Trata-se do Projeto Envelhecimento Saudável da UCSal onde coloco maiores informações a seguir. Ontem foi o encerramento das atividades do semestre onde as turmas de cada disciplina apresentaram seu trabalho. E tudo que vi foi muito lindo. E me emocionei. E chorei.

Em breve estarão atualizando o calendário de aulas deste próximo semestre que vem com muitas novidades! Dou aqui uma prévia do projeto realizado este semestre para quem tiver interesse e quiser divulgar ou participar:

Envelhecimento Saudável: UCSAL Presente - Projeto vinculado ao Programa Universidade Aberta à Terceira Idade

Inscrições abertas!!!

10 dezembro 2006

Qualquer prazer não me satisfaz...

Por uns tempos me achei estranha, fora da minha idade. Mas hoje sei que a questão é outra. Não se tratava de ter um carro para me levar onde quisesse. Tenho e não tenho a menor vontade de sair. Não, ao menos, para os "prazeres convencionais". Não se tratava de estar atolada em preocupações que não me deixavam tempo para ter 27 ou 28 anos anos. Simplesmente, qualquer prazer não me satisfaz mais.

Tive adolescência e fui ao todos os ensaios no clube Espanhol. Pulei Carnaval na rua de quarta-feira a quarta de cinzas. Passei inúmeras festas de São João no interior. Desta forma começo a achar natural não ter mais paciência nem saco para o ensaio do Tribahia. Ou para o São João de Amargosa.

Fui a festas e bebi para passar mal no dia seguinte. Beijei milhões de bocas. Arrumei namorados na praia com 40 graus a pino e um mundaréu de gente. Aliás... praia era um bom local para arrumar namorado. Mas hoje não.


Gosto de ficar no aconchego do meu lar. Dormir para descansar meu corpo. Ler muito, vários livros, um atrás do outro. Pegar peso me deixa em transe e por isso malho, malho até fadigar. Não pelas coxas marmóreas ou pelo bumbum empinado. Mas por poder extravasar tudo em 120kg seguros pelas pernas.

Gosto de praia. Não a praia cheia de gatinhos, sarados e bronzeados pelo sol. Praia, quanto mais vazia, melhor. Apenas um lugar onde eu possa tomar sol, ouvir o barulho do mar, conversar com os que amo e relaxar. Não tenho mais tolerência para disputar vaga no estacionamento, barraca, mesa, esperguiçadeira, garçon ou um estúpido refrigerante.


Amo música. Todas. De qualquer tipo. Mas prefiro ouvir pagode no volume máximo no meu carro para não me estressar com o trânsito. E uma boa MPB num barzinho, regada a um bom vinho e uma boa companhia.


Enfim... acredito que já bebi de todos os prazeres. E não concordo mais com o prazeres classificados por faixa etária. Faço o que gosto, o que quero, quando quero e ponto final.

05 dezembro 2006

Sou gostosa e assumo

Nem quando tinha 10 anos entrei em uma calça jeans 38. Nunca me senti feliz com os peitos reinando absolutos em uma blusa branca sem sutiã. Me sentia uma hipopótama prenha quando teimava em vestir um top minúsculo com a pança exposta à poluição. Jamais deixei de ter pânico praiano no final da primavera. Mas, depois de muita terapia e chuchu refogado, decidi: sou muito mais gostosa do que essas esqueléticas posando de cabide maquiado na capa de revistas de moda. Porque, na vida real, gostosura não é ter 1,77 metros e 50 quilos, nem ter sido inflada com 300 mililitros de silicone, sugada com lipoescultura ou esticada com botox até na pupila. Ser gostosa é decisão.

Decida que seus culotes, apesar de não serem a coisa mais fofa do mundo, são extermináveis. Faça um tratamento estético e acabe com eles. Decida dar um tapa na cabeça do seu namorado sempre que ele a chamar de gordinha, fofinha ou qualquer coisa terminada em 'inha' que cause ira: você é a única pessoa que pode depreciar a si mesma, é bom que fique claro.

Decida reclamar menos do seu corpo e aproveitar mais todas as sensações que ele pode lhe proporcionar se você parar de se torturar com cada estria que se instalar na banda direita da sua bunda.

Burrice é dar valor exagerado ao que é, na essência, detalhe. Tragédia é a fome na África, o assassinato dos bebês-foca, não a falta de elastina no seu glúteo direito. Decida chutar para a estratosfera os padrões de beleza. Os peitos da Gisele Bündchen são dela, não seus. A barriga tanquinho da professora de aeróbica na televisão é dela, não sua. E, na real, se ser padrão fosse tão bacana assim, essa mulherada não viveria neurótica, bulímica, anoréxica, com disfunção renal, cerebral, hemorroidal... No fim, todas nós sofremos de prisão de ventre.

Decida que osso largo, retenção de líquido e gases não são desculpa para não ter a cintura da Jennifer Lopez - você tem outra estrutura, simples assim. Ou preferir se afogar num sorvete de pistache no final de um dia estressante ou encarar uma porção de gelatina e amargar um humor tão ruim quanto as desculpas do Rubinho em final de corrida. Não dá para ser leoa com pelagem de jaguatirica.

Mas dá para ser uma leoa deslumbrante.

Decida que você, e o que existe melhor em você, não se resume a qualquer 2 ou 3 ou 10 quilos de banha que insistem em não sair do seu quadril. Quem acha o contrário deve ser posto sumariamente de quarentena na sua vida. E se for você que pensa assim? De duas, uma: Freud ou Jung. Não, três: pode ser Lacan, também.

Se você decidir que quer mais é ter a barriga sarada, a bunda dura, o peito empinado e a coxa marmórea, vá em frente. Malhe. Feche a boca. Gaste com cirurgia, mas não se engane pensando que depois disso sua felicidade será plena, porque alegria e auto-estima não vêm de brinde com a lipoaspiração. Lembre-se de que o embrulho de presente acaba sempre indo para o lixo.

Então, para descomplicar e desneurotizar minha existência, decidi que sou gostosa. Compro roupas que valorizam o que tenho de bom e não pago mico de me vestir feito um manequim de vitrine da Dior: o máximo que conseguiria seria parecer um espantalho fashion louco. Não me abalo mais com comentários testosteronentos e babões diante de corpos fenomenais: eles são visualmente dignos de urros de tesão, mas não dediquei minha vida a ter um daqueles.

Não passo três horas diárias na academia, não tenho personal trainer, não gasto as tardes no shopping passeando com meu cachorrinho e com minhas amigas loiras-saradas que parecem saídas de uma linha de produção de Barbies. Nunca vou ter um corpo daqueles porque isso não é minha prioridade. O prazer que um jantar de risoto de pêra com gorgonzola e uma rubra taça de Merlot me proporcionam é muito maior que poder rebolar ferozmente a buzanfa-modelo num show da Tati Quebra-Barraco.

Hoje, sou gostosa e assumo. Mas continuo odiando qualquer mulher que fica linda de morrer num biquini. Eu decidi ser gostosa, mas não virei a Irmã Dulce. Ainda bem: decidi também que ser boazinha não combina comigo.

(Dizem que é de Allin Aleixo - Editora-chefe da Revista Quem... Pra Osmar não ficar enchendo meu saco! Rssss)