Todo mundo cansa um dia. O ser humano cansa de certas coisas repetitivas e desgastantes. Quando elas são desgastantes, então... cansa mesmo. E fica exausto. Exaurido. Cansado. Estressado.
Peguei-me hoje questionando se é bom mexer no passado. Quando fuçamos o passado podemos encontrar muitas coisas interessantes. Mas é doloroso encontrar o que deixamos de ser. Mais doloroso ainda é encontrar o que deixaram de ser conosco. E nos perguntamos se sempre foi assim. Será que era um plano antigo, milimetricamente calculado para nos ferrar num futuro próximo? Alguém ao lado diz que não. Que as pessoas mudam. Que as estratégias mudam. Mas é lamentável ver tudo mudar para pior.
Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa
Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado" (Raul Seixas)
E pior é você ver no sótão do passado (que nem é tão longínquo assim. Nem tão alto assim.) a motivação que você não tem mais. O empenho que você não tem mais. A felicidade que você não tem mais. A paz que você não tem mais. Enfim. Um coletânea de pontos positivos seus que não existem mais. Ex-pontos positivos se a gramática assim me permitisse. Chega-se até a questionar a credibilidade da sua própria fé. Fé em Deus e fé nos homens. E, numa enxurrada de "piores", o pior é ver que todos os seus predicados lhe foram roubados. E como se não bastasse, sempre tem um infeliz que ainda acha que pode roubar os resquícios de predicados que ainda lhe dão algum estímulo rumo a uma mudança.
"Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal" (Raul Seixas)
Mudança. É fato: algumas coisas não mudam. Existem certas buscas que nunca serão findadas. Quem muda somos nós. Os problemas? Bah! Seriam os mesmos nos quatro cantos do universo se a Terra fosse plana. Apenas uns mais, outros menos drásticos. Ou você muda para digerir os problemas ou terá uma bela crise estomacal. Conheço-as bem.
Mas o mundo não é plano. É uma bola que gira. E rápido. Isso me consola! Nem gosto de física. Nunca gostei. Mas Newton está corretíssimo:
"Lex III Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.
(A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.).
Tomara, num desejo malévolo e completamente equivocado segundo minha querida doutrina espírita, que as ações tenham reações bem opostas.
Desculpa, Kardec. Sou falível e imperfeita e estou num dia "daqueles".