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30 setembro 2006

Lex III Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem

Todo mundo cansa um dia. O ser humano cansa de certas coisas repetitivas e desgastantes. Quando elas são desgastantes, então... cansa mesmo. E fica exausto. Exaurido. Cansado. Estressado.

Peguei-me hoje questionando se é bom mexer no passado. Quando fuçamos o passado podemos encontrar muitas coisas interessantes. Mas é doloroso encontrar o que deixamos de ser. Mais doloroso ainda é encontrar o que deixaram de ser conosco. E nos perguntamos se sempre foi assim. Será que era um plano antigo, milimetricamente calculado para nos ferrar num futuro próximo? Alguém ao lado diz que não. Que as pessoas mudam. Que as estratégias mudam. Mas é lamentável ver tudo mudar para pior.

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado" (Raul Seixas)


E pior é você ver no sótão do passado (que nem é tão longínquo assim. Nem tão alto assim.) a motivação que você não tem mais. O empenho que você não tem mais. A felicidade que você não tem mais. A paz que você não tem mais. Enfim. Um coletânea de pontos positivos seus que não existem mais. Ex-pontos positivos se a gramática assim me permitisse. Chega-se até a questionar a credibilidade da sua própria fé. Fé em Deus e fé nos homens. E, numa enxurrada de "piores", o pior é ver que todos os seus predicados lhe foram roubados. E como se não bastasse, sempre tem um infeliz que ainda acha que pode roubar os resquícios de predicados que ainda lhe dão algum estímulo rumo a uma mudança.

"Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal" (Raul Seixas)


Mudança. É fato: algumas coisas não mudam. Existem certas buscas que nunca serão findadas. Quem muda somos nós. Os problemas? Bah! Seriam os mesmos nos quatro cantos do universo se a Terra fosse plana. Apenas uns mais, outros menos drásticos. Ou você muda para digerir os problemas ou terá uma bela crise estomacal. Conheço-as bem.

Mas o mundo não é plano. É uma bola que gira. E rápido. Isso me consola! Nem gosto de física. Nunca gostei. Mas Newton está corretíssimo:

"Lex III Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.

(A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.).



Tomara, num desejo malévolo e completamente equivocado segundo minha querida doutrina espírita, que as ações tenham reações bem opostas.

Desculpa, Kardec. Sou falível e imperfeita e estou num dia "daqueles".

27 setembro 2006

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

Eis aí um excelente texto para reflexão. O artigo tem mais de 25 anos. Foi escrito no extinto Jornal da Bahia, em 1979. Mas parece que foi redigido hoje. E eu não tinha nem 01 ano de idade completo.

É uma grande verdade... a cada dia que passa começo a constatar mais e mais que muitas pessoas simplesmente não suportam verem outras brilharem.

O autor é José Alberto Gueiros.

JORNAL DA BAHIA - Sábado, 23/09/79.

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

"Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

- "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta."

E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui no Brasil. Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:

"Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma Ciência".


Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.

Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante. Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.

Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues:

- "Finge-te de idiota e terás o céu e a terra".

"O problema é que os inteligentes gostam de brilhar, que Deus os proteja..."

17 setembro 2006

Homem gosta é de homem!!!

Hoje na academia, todo mundo em fim de treino, surge aquela velha polêmica: os homens estão "aviadando" e tem mulher de sobra no mercado? Após muitas risadas, sou obrigada a concordar com Mário Prata! (Risos)

Homem gosta é de homem!!!

Homem gosta de homem!
Disse, corajosamente, o cartunista Miguel Paiva (Radical Chic) na semana passada no gostoso (e gostosa) Marília Gabi Gabriela.

É preciso ter peito para fazer-se uma declaração dessa em público. E, quem tem peito, geralmente, são as mulheres.
E a Marília retrucou:
- Mulher também.
Escrevi e montei uma peça há uns anos atrás,chamada Bésame Mucho (que depois virou filme do Ramalho). Esta peça tratava justamente deste assunto. A relação de ternura entre dois homens. Da infância até a maturidade.

Antes que alguém viesse dizer que era coisa de viado, tive que inventar uma palavra para explicar a relação entre os dois personagens masculinos.

A palavra era "homoternurismo" e, para minha infelicidade, até hoje não se incorporou ao Aurélio. Mulher é bom, é ótimo, nem se discute. Mas que os homens preferem os homens, também não se discute.

Desde a infância, menino gosta de brincar com menino. Clube do Bolinha. Menina não
entra!

Na adolescência, é a mesma coisa. Temos olhos para os seios e os bumbuns da meninas, mas no meu time de futebol elas não entravam. Era rapaz de um lado e as meninas do outro.

A gente casa, ama a esposa da gente, tem filhos, mas não vê a hora de ir para o botequim tomar umas e outras com os amigos.

Os amigos do peito. Já notaram que os homens não têm amigas do peito? Têm amigas com peito.

Na hora da confidência mais confidencial,na hora do aperto, do ombro amigo, é o amigo do peito (para se chorar) que está ali. Favor não confundirem, jamais, homoternurismo com homossexualismo.

E a gente vai crescendo e vai formando o nosso time de amigos eternos, confiáveis, pau (ops!) pra toda obra.

O domingo, por exemplo, foi feito para se passar com os amigos. O jogo de futebol, os gols na televisão, a cervejinha gelada. Mas qual é a mulher que não quer ir a "um cineminha" no domingo? Devia ser proibido mulheres aos domingos, dizia um meu amigo do peito, casado.

Tudo isso que eu escrevi aí em cima, se for mesmo válido, só é válido até uma certa idade. A idade que eu estou agora. Quase cinquenta anos, cheio de amigos e sem nenhuma mulher. Talvez por pensar assim.

"Um misógino!", diriam elas.
Mas o mesmo Aurélio, que não consolidou o homoternurismo, diz que misoginia é uma "repulsa mórbida do homem ao contato sexual com as mulheres". Não é o caso.

E, outro dia, discutia isso com um velho amigo velho de 84 anos. Ele concordou, em termos, do alto de sua sabedoria de ancião. Mas fez uma ressalva. Jogou na minha cara:

- Daqui para a frente, é melhor começar a convidar mulheres para ir ao jogo de futebol. É melhor ir aprendendo a tomar caipirinha com mulheres no sábado antes da
feijoada. Já está na hora de parar de reparar apenas nos seios e nas bundinhas
da mulheres. As mulheres têm mais alma que os homens!
- E daí?, respondeu o machão aqui.
- E dai, meu filho, que você na velhice vai ficar chato, intransigente, metódico, sistemático. Aliás, já está ficando. E não tem nenhum amigo do peito nessa hora para te socorrer. Se você chegar sozinho na velhice, não conte comigo, que eu já fui embora. Quem sempre cuidou de você foram as mulheres. A começar pela sua mãe.
- Você está querendo que eu arrume uma outra mãe?
- Não, meu filho. Uma mulher. Vai por mim, mulher é muito melhor que homem. E quanto mais velhas ficam, melhor nos entendem. Ao contrário dos homens.

E pediu mais uma caipirinha, enquanto olhava o traseiro da jovem, muito jovem, garçonete. Encerrou, com o olhar distante:
- Mulher é o que há, menino! Trate logo de arrumar uma, enquanto você está vivo... E quer saber de mais uma coisa? Esse papo de homoternurismo, pra mim, é coisa de viado!

(Mário Prata)

Pois é... e eu acho que 100g de homem tá é difícil no mercado! (Risos)

12 setembro 2006

Conselhos

Conselhos
Denise Aguiar


Dona Maria era uma senhora de 92 anos, elegante, bem vestida e penteada.
Estava de mudança para uma casa de repouso pois o marido com quem vivera 70 anos, havia morrido e ela ficara só.

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.

A caminho da sua nova morada, a atendente ia descrevendo o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas de chintz florido que enfeitavam a janela.

Ah! Eu adoro essas cortinas – disse ela com entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Mas a senhora ainda nem viu o quarto...

Nem preciso ver – respondeu ela.

Felicidade é uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
- E eu já decidi que vou adorar! É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe... Tenho duas escolhas: posso passar o dia inteiro na cama contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos abrirem, vou focalizá-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida.
A velhice é como uma conta bancária. Você só retira daquilo que você guardou.
Portanto, lhe aconselho depositar um monte de alegria e felicidade na sua Conta de Lembranças.
E como você vê, eu ainda continuo depositando.

Agora, se me permite, gostaria de lhe dar uma receita:

1.Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.

2. Dê preferência aos amigos alegres. Os "baixo astral" puxam você para baixo.

3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do Mal.
E o nome do mal é Alzheimer.

4. Curta coisas simples.

5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

6. Lágrimas acontecem. Agüente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo.
Esteja VIVO enquanto você viver.

7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta. Pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.

8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se estiver instável, melhore-a. Se estiver abaixo desse nível, peça ajuda.

9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.

10. Diga a quem você ama, que você realmente o ama, em todas as oportunidades.

E lembre-se sempre que: A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego...

De tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade!

08 setembro 2006

Renascendo o lado criança...

Meu lado criança estava desaparecido. Aliás, procura-se um lado criança, adolescente e adulto. Quem procura é o único lado que tem permanecido constantemente: o lado idoso. Ranzinza, mal humorado e impaciente. Não que todos os idosos se portem desta forma. Mas com o passar da idade física geralmente o que se quer é sossego e recolhimento. Com suas muitas exceções, lógico. E meu lado idoso é chato. Um porre. Acho que serei uma velha insuportável.

Precisava trazer de volta meu lado criança. E isto não é nada fácil. Ando intolerante. Crianças não são intolerantes. Idosos é que não suportam serem chamados com pressa, a todo momento e questionados sobre coisas óbvias como por exemplo: "Como Deus pode estar em Salvador e São Paulo ao mesmo tempo? Ele se divide em dois?". Perguntas de criança. Idosos ficam tão chatos que não suportam perguntas de criança. "Como se faz areia?". "Como se faz tijolo e porque ele tem buraquinhos?". Ontem eu fiz um esforço sobre-humano para que meu lado criança viesse e viesse com prazer. Até que foi bom.

Meu lado criança chegou jogando (jogo de tabuleiro) com meu filho. Idosos em sua maioria não sabem jogar jogos de tabuleiro. Muitas vezes nem tem mais paciência para aprender tampouco deixar a criança adversária ganhar.

Minha criança também assistiu DVD infantil e cantou com ele músicas de infância. Da infância adorada. "Lá vem o pato, pataquí, patacolá. Lá vem o pato para ver o que é que há."

A criança hi-tech sentou com o filho no colo defronte ao computador e jogamos, pintamos e imprimimos. Depois comemos pizza assistindo desenho animado. E pintamos! Ainda sei pintar de verdade. Lápis de cor, de cera, hidrocor eu ainda sei usar.

Escevi história para o meu filho com as nossas pinturas. Fizemos um livro. Um livro de histórias malucas oriundas da cabeça criativa e imaginativa de um garotinho de 06 anos.

Quanto exercício! A idosa cansou... e não quis mais brincar. Espero que a criança volte novamente qualquer hora destas. Eu, meu filho e minha casa agradecem.