
Ontem fui ao casamento de um dos meus melhores amigos. Cajahyba é um daqueles amigos que não precisam estar presentes. Não precisamos estar colados, fazer farra juntos e nos ligar todos os dias. Ele é um amigo que sei que posso contar. Como diria Vinícius de Moraes, Tiago é um daqueles amigos "que não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar." E gosto muito do meu "miguinho" e fiquei muito feliz com a felicidade dele ao olhar contemplativo para Roberta. Permito-me este pleonasmo.
Roberta é especial pelo simples, mas importante fato, de amar Tiago. Não somos íntimas mas sua simplicidade é encantadora. Parabenizo-lhe novamente, apesar de já ter dito ontem pessoalmente, pela linda festa que fez para seu casamento. Tudo muito bonito, muito organizado e de muito bom gosto inerente ao casal.
E deixo no meu blogger um presente para os noivos agora recém-casados. Recomendo sempre este texto para quem casa, quem junta, quem separa, quem volta. E acredito que a história deles permite este texto. Muito boa sorte nesta nova caminhada, muito amor e agora me dêem licença pois em definitivo não sei quantas taças de champanha tomei ontem. O garçon não me permitiu que as esvaziasse para poder contar! Preciso me reestabelecer fisicamente! (risos) Boa leitura!
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta. Não pode haver competição.
Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ser um bom psicólogo. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimónio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande, mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!
(Desconheço o autor)
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