Confira os aprovados para a 4ª fase:www.centrodeinovacao.org.br
Google
 

28 fevereiro 2007

Cabernet, o rei dos vinhos

Curti esta matéria! Taí uma coisa que não entendia... o porquê dos vinhhos franceses recebem nos rótulos o nome da região, enquanto o de outras regiões recebem o da varietal! Gostei! Lendo e aprendendo! Para quem quer ingressar no mundo dos vinho, informação!





Cabernet, o rei dos vinhos

Robusto, complexo e distinto, o Cabernet Sauvignon é o eleito entre os cortes e etiquetas. Junto às características que o enaltecem, sua plasticidade permite a adaptação em todos os tipos de climas sem perder jamais sua venerada qualidade, distinção que outorga preponderância em todos os mercados.

A uva Cabernet Sauvignon é reverenciada como a rainha das variedades tintas. O título é muito bem dado por razões das mais diversas.

O primeiro motivo, o mais interessante de todos, tem a ver com questões de ordem organoléptica: há algo na complexidade e na elegância dos grandes vinhos de Cabernet Sauvignon que nos incita a atribuí-la o mais alto título nobiliário.
No segundo lugar, sua plasticidade e capacidade de adaptação permitem que a uva se estabeleça em quase todas as viniculturas mundiais com um o mesmo grau de onipresença digno de um monarca ao longo ou longe de seu reino. Assim, a Cabernet manteve grande parte de seus atributos positivos, para não falar de casos excepcionais que adquiriram matizes que inclusive enaltecem suas características originais. Desde o Chile até a Nova Zelândia, desde os Estados Unidos até Argentina, muitos dos grandes vinhos desses países são enobrecidos pela contribuição do Cabernet Sauvignon.

O terceiro motivo tem a ver com a história e com a estirpe indiscutível de seus filhos pródigos. Muitos dos grandes cortes de Burdeos têm clara preponderância de Cabernet Sauvignon. Em particular, algumas das glórias de Pauillac (que não é mais um município de uma sub-região de Burdeos), contam umas das histórias mais ricas de Cabernets e da enologia mundial: Latour, Lafite e Mouton Rothschild para mencionar três dos sete vinhos mais famosos do planeta.

A quarta e última razão para falar do reinado é uma questão relacionada estritamente com o marketing: nenhum nome impresso em uma etiqueta vende tão bem em mercados tão diversos como o da Cabernet Sauvignon.

Aqui vale a pena contar um pouco da sua história. Na década de 70 alguns proprietários de adegas dos Estados Unidos se propuseram a criar vinhos para competir no segmento de luxo. Naturalmente, o mundo do vinho entendeu o gesto como uma ameaça. Como os perfumes, os queijos e tantas outras coisas relativas à mesa, se julgava que o vinho de luxo só poderia ser francês. Até esse momento, a França comercializava seus vinhos destacando com especial insistência na região de procedência.

Nesse sentido, era (e segue sendo) freqüente escutar os produtores de vinho franceses dizendo que eles não cultivam espécies e sim um terreno. Em outras palavras, eles consideram que o traço distintivo de seus produtos é o solo. Não podem surpreender a ninguém que as apelações dos vinhos franceses sejam seus lugares de procedência. Mas por que damos tanta importância a essas apelações da procedência dos vinhos franceses? E por que damos importância às apelações que, em definitivo, não deixam de ser mais que nomes comerciais?

Muito simples, porque embora a rolha permaneça na garrafa, a única maneira que o consumidor tem de imaginar as características do conteúdo (e, a partir disso, avaliar seu preço) é lendo a etiqueta. Assim, um consumidor assíduo saberá que, por exemplo, um Saint-Julien tem tais características, e, além disso, em função de seu prestígio, estará disposto a pagar um preço diferencial.

Pois bem, na hora de colocar o Novo Mundo no mapa dos produtores de qualidade, os americanos compreenderam rapidamente que deviam inventar um sistema de apelações próprio que permitisse aos consumidores prever as características de seus produtos. O lugar de procedência não lhe pareceu uma idéia apropriada porque a história os colocava em clara desvantagem. A solução que encontraram foi a de promover a etiqueta da linhagem preponderante dos vinhos que engarrafavam.

Entrar no mundo dos vinhos varietais é dizer que os vinhos, cuja etiqueta promove, possuem somente uma classe de uvas. Na verdade, sempre houve uma margem permitindo uma quantidade de outras variedades que muda de acordo com cada legislação. Originalmente, os Estados Unidos permitia até 49%. Até hoje, em geral, são considerados vinhos varietais quando a porcentagem de uma uva principal não é menor que 80%.

E, justamente a variedade Cabernet Sauvignon foi uma das mais beneficiadas pela moda varietalista dado que, como havíamos mencionado, sua plasticidade lhe permitiu se adaptar mais rápido e melhor nas condições climáticas e de solo das mais diversas, ocasionando vinhos de grande qualidade em mais de um caso.

Como são os vinhos com características aristocráticas?

São plenos nos aromas de frutas que se assemelham aos de groselha (casis) e muitas vezes recordam nos pigmentos vermelhos.

Na boca, tendem a serem robustos e um pouco tânicos. Os taninos estão presentes na semente da uva e são como uma faca de dois gumes, pois contribuem para dar transcendência à experiência do vinho, mas também podem ser sua ruína quando são demasiadamente jovens, ásperos e foscos. Por este motivo, muitos dos vinhos de Cabernet Sauvignon (sobretudo os de regiões onde a uva não obtém um grau de maturação tão elevado) precisam ser guardados por anos antes de seu descorche.

Federico Fialayre / Terra

Um comentário:

Mamãe Tatiana disse...

Achei interessante o conteúdo desse post. Mas, como não entendo muita coisa sobre vinho, só em bebe-lo já está de bom tamanho.
Huahuahuau!!!!!