Caso comece a ler acreditando que este post é algum tipo de "dor de cotovelo" de uma mulher solteira no dia dos namorados, pode parar por aqui. Para os demais é apenas um momento de reflexão.
Dia dos Namorados. Costumamos detonar nossos relacionamentos anteriores ressaltando e repisando defeitos e esquecendo todas e quaisquer virtudes, todos e quaisquer bons momentos (que com certeza existiram senão não haveria relacionamento). Pois bem. Hoje dou razão em parte a meu ex-marido. Nunca foi chegado a datas comemorativas pois dizia que eram de puro cunho comercial e criava um obrigatoriedade de presentear contrária à espontaneidade. Dava muito mais valor aos momentos diários, as surpresas inusitadas, ou seja, surpresas de fato. Está correto ao pensar que ser surpreendido numa quarta-feira, dia 17 de qualquer mês, às 15h, no trabalho é de fato de estremecer. Em contra-partida, por questões sócio-culturais também não podemos fazer de conta que as datas "de cunho comercial" não existem. Por isso concordo com ele em parte e educo nosso filho para ambas situações.
Mas por estar quebrando o paradigma das datas comemorativas, vamos analisar o dia de hoje. Surpresas. Que surpresas? Todo mundo sabe que vai ganhar presente. A surpresa fica por conta do presente e da criatividade do mesmo, mas ainda assim, digamos, meia surpresa. E motivo de ira e desafetos para os que esquecem ou ignoram.
Fui almoçar no shopping. Fui ao meu restaurante predileto. Fila. Como as pessoas conseguem em plena terça-feira sobreviver aos enxames nos restaurante, bares, avenidas, ruas, trânsito oriundos destas datas? Tudo bem. Começou aí minha primeira diversão. Uma fila. Lógicamente não vou dizer o nome do restaurante para preservar o local e o nome do mètre (não sei se é assim que se escreve, o chefe dos garçons), mas bastou um abraço forte e a pergunta "moça solteira e cliente fiel tem direito a almoçar aqui ou o restaurante hoje está apenas disponível para casais?". Sinto muito. Ser ímpar é muito mais fácil nestes dias! Meu pedido automaticamente foi feito (sem eu sequer precisar escolher) e em 10 minutos eu estava acomodada! (risos).
Almocei observando a praça de alimentação. Casais e sacolas, sacolas e casais. Tivemos lojistas bem felizes hoje! E a essência do sentimento? Estão dentro daquelas sacolas? É num dia assim que as pessoas conseguem demonstrar o que sentem pelas outras? Não que eu não goste de um presente! Amo! Me presenteei horrores para o dia de hoje! (risos) Mas me sinto obrigada a questionar se para os enamorados o único dia, o ápice do merecimento, o êxtase da demonstração de afeto é o dia 12 de junho.
Graças a deus constatei que não... que existem ainda (poucas, mas existem) pessoas que compreendem o que quero dizer. E não poderia ser diferente. A experiência é que demonstra esta realidade. E eu tive o privilégio de a ver passar na minha frente para comprovar que estou na linha de raciocínio certa.
Um casal (lógico)... cabelinhos grisalhos... costas meio curvas... abraçadinhos lado a lado caminhando em passos lentos... sorrisos nos rostos e nos olhos... sorrisos sinceros e de contemplação... não haviam sacolas nas mãos... apenas um par de alianças foscas e opacas pelo tempo. Com toda certeza para eles este dia dos namorados não é um dia especial... é apenas mais um pretexto para comemorar a verdadeira felicidade.
Felizes dias de namorados "eternos enquanto durem" para todos!
12 junho 2007
Dia dos Namorados
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2 comentários:
É bom e ruim...
É chato e divertido...
É romântico e comercial...
É a vida e estou aprendendo a apenas vivê-la...
Nada melhor do que um dia após o outro...
Beijo.
Além da questão comercial, o dia é mesmo lembrar a aos casais distraídos que eles são um casal. Sim, impressionante, muitos esquecem disso e se limitam pertencerem um ao outro. Só pertencerem. O dia dos namorados é um estimulo parecido com o do Natal, para as famílias que não tem tempo para abraços. Bom mesmo é encontrar um(a) parceiro(a) que seja um dia dos namorados em atitudes, e conviver com familiares e amigos compartilhem eternamente contigo um espírito natalino. Diariamente.
Mas como essas pessoas são raras e o mundo não ajuda, resta esperar pelo próximo dia comemorativo.
“Que data é hoje? Olham, faltam 10 dias para eu dizer que te amo! “
“Pai, não esqueça aquele abraço que me prometeu no próximo natal, ok? “
“Agora não dá. Posso ser seu amigo no próximo aniversário? “
“Pode sim. Eu espero.”
Esperem.
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