É desesperador oscilar... oscilar como um pêndulo... ora para um lado, ora pro outro...
O problema é que os lados nunca são iguais, tal como o ambiente do lado esquerdo do pêndulo é diferente do lado direito. De um lado pode existir uma linda e confortável sala de estar. Do outro um gélido e escuro canto de parede. Ou uma escadaria que parece dar no infinito. Ligar o nada a coisa alguma.
Oscilar entre o otimismo e a sensação iminente de fracasso.
Oscilar entre a aceitação e a negação.
Oscilar entre a auto-confiança e a inutilidade.
Oscilar entre a fé em Deus e a dúvida de sua existência.
Oscilar entre o perdão e o rancor.
Oscilar entre a coragem e o medo apavorante.
Oscilar entre a solidão longínqua e a possibilidade de companhia.
Oscilar entre a paciência e a amorosidade, e a intolerância e rudeza.
O pêndulo oscila sem se preocupar com quem passa em sua frente. Oscila para todos, do mesmo jeito. Da mesma forma. Sem notar que um certo alguém pode estar admirando seu brilho, sua reluzência por mais que ele internamente se sinta apenas um pêndulo opaco e cansado. Injustiçado pela sina de viver eternamente para um lado e para o outro, naquele movimento marcado e irritante.
Ah! Se o pêndulo pudesse parar! Parar no meio. Ficar imóvel e observar os passantes, o ambiente, sem aquele oscilar nauseante. Ah! Se o pêndulo pudesse escolher para onde gostaria de olhar, em que direção, ou em que sentidos gostaria de oscilar. Ah... se ele pudesse...
Mas é somente um pêndulo... oscilante... irritante...
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