Arte Moderna. Às vezes me sinto uma animal por não conseguir compreender todas aquelas obras. Algumas de fácil compreensão apesar da incompreensão da tortuosidade dos traçados e das formas. É Arte Moderna, ora! Alguém diria.
Já para meu filho, nos seus singelos 06 anos, tudo era perfeitamente compreensível e bonito. Afoito por cada salão do MAM queria ver mais, não como se estive num museu, mas sim numa fábrica de chocolates de vários sabores e formatos. Meu amigo Ed me diz que ele se encanta em virtude de sua cabecinha ainda não estar moldada. Sendo assim, como respondi, a minha deve estar então bem engessada. Uma pena.
O encatamento do MAM para mim não está no museu. Está no lugar. O parque de esculturas me empolga não pelas esculturas (não desmerecendo seus criadores e suas "criaturas"), mas pela paisagem. A visão. O mar, a praia. Ao adentrar pelo solar, o casarão me fascina. Existe algo engraçado quando visito os pontos turísticos de Salvador. Acho que tenho (ou tive, quem sabe?) um pé na senzala. Enquanto todos que visitam o Mercado Modelo, por exemplo, querem ver a vista e a arquitetura, eu quero ir ao porão. Fico impressionada com os grilhões que pendem do teto onde outrora, a séculos, segundo a lenda, mantinham-se presos os escravos mercadorias daquele lugar. Na verdade, o subsolo do Mercado Modelo possui uma galeria de túneis que foram redescobertos na última reforma. A história oficial conta que era apenas uma cava para armazenar vinhos e outras mercadorias que necessitavam de umidade. O subsolo fica abaixo do nível do mar, e a lenda dos escravos diz que por este local ficar quase sempre alagado, muitos negros ali morreram afogados quando a maré subia. Mas o fato é que é uma inesquecível visita.
No Solar do Unhão não é diferente. A casa grande me encanta. Sonho como seria morar ali em épocas longínquas, na era colonial. Ser uma senhora de engenho naqueles vestidos pomposos. Na parte alta, o edifício principal abrigava as instalações residenciais da família e na parte baixa, as acomodações dos escravos. A segunda é que me impressiona e atrai.
Todavia, isso o faz um passeio ainda mais agradável e o lugar que acho mais lindo em toda minha cidade.
07 outubro 2006
Arte Moderna
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